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Foto do escritorVinicius Macêdo

PRECISAMOS FALAR SOBRE PESSOAS

Atualizado: 25 de mai. de 2021


A gente aqui na Innesco divide pedagogicamente a gestão em 3 áreas de atenção: Produção, Marketing e Controladoria, devendo estar cada área profundamente conectada com os determinantes de branding da empresa. A área de Produção se dedica ao fabrico e a entrega dos produtos/serviços atrelados aos problemas que a empresa decidiu resolver. A área de Marketing se alimenta do discurso que a empresa defende para se comunicar com o seu público no sentido de criar estratégias de conexão e vendas. E, por fim, a Controladoria observa itens como infraestrutura, pessoas, processos e finanças no sentido de garantir a sustentabilidade da operação. Estou escrevendo este artigo depois de alguns anos à frente de um escritório de arquitetura onde eu perambulei muito por essas áreas e posso dizer o quanto elas merecem nossa atenção como gestores. Se por um lado, o equilíbrio entre elas é importante, por outro eu arrisco dizer que o segredo para fazer tudo funcionar está em olhar para um único ponto: AS PESSOAS. Toda empresa é feita por pessoas e para pessoas. O fato é que o ser humano sempre será o elemento determinante e também o mais frágil da equação de uma organização. São as pessoas que fazem as empresas e também são elas que mais sofrem com as intensas transformações desse mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo). E com isso eu não quero dizer que não somos capazes de nos adaptar, quero apenas enfatizar que estamos cada vez mais perto do ponto de evolução onde o grande diferencial do ser humano será justamente SER HUMANO. Precisamos valorizar isso porque ninguém se adapta melhor e mais rápido do que nós. Por exemplo, analisando diversos escritórios quanto às adaptações necessárias ao trabalho remoto, pudemos perceber que existe uma tendência à instabilidade na continuidade dos processos operacionais, fruto talvez da impropriedade dos mesmos ao formato onde todos estão distantes, mas também devido ao fato de a distância provocar um profundo corte na cadeia de comando e controle. Ora, o problema da distância só pode ser resolvido rapidamente se cada membro do time tiver clareza dos objetivos de cada tarefa, responsabilidade para com os prazos e for capaz de se adaptar ao novo formato de entregas - autonomia. Funcionar assim seria um reflexo natural de ter as pessoas acima dos processos! É necessário outro perfil de pessoas para lidar com o remoto. É fundamental pararmos para analisar as comunicações internas e se o time lida de forma saudável com a autonomia necessária a esse formato - cada um cuida da sua agenda e das suas tarefas, todos atentos ao time e aos objetivos de cada projeto. É, portanto, hora de fomentar a autonomia, de estudar e se dedicar a formar pessoas para esse modelo. Talvez este seja justamente o momento de nos dedicarmos a entender como melhorar o bem estar das pessoas através da análise da comunicação entre elas em torno dos objetivos da empresa. É de suma importância, por exemplo, entender, ensinar e estimular os momentos apropriados aos dois tipos de comunicação: SÍNCRONA e ASSÍNCRONA.


A comunicação síncrona é aquela que exige resposta imediata e deve acontecer entre duas pessoas no mesmo ambiente (presencial ou virtual) e a comunicação assíncrona é aquela onde o tempo de resposta do interlocutor pode ser mais longo. Você fala ou escreve agora e o seu contato responde quando ele parar para verificar suas mensagens. A maioria dos assuntos pode ser tratado dessa forma, sem imediatismo e sem atrapalhar a agenda de quem está do outro lado, mas a maioria dos líderes tende a achar que as pessoas devem parar tudo para responder suas mensagens no tempo teoricamente dedicado ao trabalho e as coisas simplesmente não rodam como deveriam porque a jornada de trabalho se transforma em uma sequência de interrupções. Isso traz o time para um nível de ansiedade completamente prejudicial à produção e completamente desnecessário.

Ainda existem diversas empresas focadas no modelo de gestão tradicional com foco exclusivo nos processos. Precisamos mudar isso e trazer a gestão para um nível onde somos capazes de compreender que as pessoas são diferentes e que elas chegam aos mesmos objetivos trilhando caminhos particulares.


É hora de trazer a gestão para para um nível onde nós reconhecemos e premiamos os indivíduos que entendem os reais objetivos da empresa e se comportam de acordo com os seus valores, contribuindo com o time e sua missão. Precisamos chegar em um modelo de organização onde todos querem se mover para o mesmo lugar, mas cada um se move do seu jeito e valoriza a comunicação e a transparência. Dito isso, torna-se cada vez mais necessário escolher as pessoas certas, abrir espaço para participação, criar espírito de comunidade e educar/libertar as pessoas para que se auto gerenciem. Esses valores não podem ser mais negociáveis, são elementos primordiais para que toda e qualquer organização funcione de maneira eficiente. Por fim, talvez seja hora de levarmos verdadeiramente em consideração uma ideia que vem ganhando força na pandemia e entender que os escritórios precisam ter cada vez mais cara de casa. Isso vai ajudar a gente a sair verdadeiramente do isolamento e lidar com os conceitos de autonomia e liberdade, como acontece em todas as casas do planeta.

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